sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Revolução do Couro

Seja você um motoqueiro, inconsequente, rebelde, ou o cara mais normal e calmo do mundo, qualquer homem possui seus dias de rebeldia, não são hormônios femininos e ciclos menstruais que nos farão diferente das mulheres. Temos nossos dias também. O couro não se importa, não liga, se você souber respeitá-lo. Não adianta usar uma jaqueta de couro em um calor infernal, não adianta você usá-la de chinelo, não dá. É militar, há uma ordem a se seguir, há um respeito e postura a passar. As reinvenções da jaqueta de couro pouco nos importam nesse momento, pois antes de tudo, devemos conhecer - e muito bem - a história de um dos materiais que revolucionaram a indústria da moda, o cinema e mudou a visão do homem moderno.
As primeiras jaquetas de couro vem de muito tempo antes dos Greasers ou dos Punks. James Dean? 'pffff' James Dean nem tinha nascido ainda na época em que as primeiras começaram a ser produzidas. Não existiam motoqueiros, o 'rebelde' não era visto como símbolo de liberdade. Acreditem se quiser, mas as primeiras jaquetas de couro foram feitas por sua resistência nas lavouras e para a resistência ao frio por pilotos de guerra. Só algum tempo depois que surge - na mente do brilhante Irving Schott - a ideia de se aproveitar do crescente aumento da produção de motos para oferecer um produto resistente à quedas e ao vento, que não dificultasse a locomoção de seu usuário e tivesse muito estilo.



As primeiras jaquetas 'Perfecto' de couro surgem da aliança entra o zíper e o marcante corte transversal, este último era essencial para bloquear o vento e evitar que a jaqueta embolasse quando a pessoa sentasse. Usar o cabelo bagunçado também era opcional, hahaha. A vaidade do homem passou a ser mais aceita e mais natural - apesar que este fenômeno, não ocorra necessariamente, apenas com a jaqueta de couro - playboy ou operário, quem é que não queria uma jaqueta dessas?
Os maiores ícones do cinema e da música, como James Dean, Marlon Brando, Bruce Springsteen, todos vestiram alguma versão da jaqueta de couro do Schott. Ter a etiqueta 'Perfecto' não era símbolo de status, mas de respeito, ninguém dispensa um material de primeira-mão e qualidade única. No início, a jaqueta era feita com couro de cavalo e vendida a preço de banana: US$ 5,50. O que facilitou ainda mais o acesso a peça.


Com a explosão do couro, passou-se a ver as 'Perfecto' nos parques, no trabalho, na rua, no cinema, na escola, onde quer que fosse, sempre teria alguém orgulhoso por sua aquisição, quem é que não enlouquecer as garotas como o Brando? As escolas americanas inclusive, chegaram a proibir o uso da jaqueta por seus alunos, por considerar uma forma de 'facilitar a adesão a gangues e incentivar a rebeldia e violência'. Os garotos nunca tinham atraído tantas garotas antes, foi um sucesso.

Comemorando os centenário da Schott NYC, que deixamos os nossos parabéns pela contribuição na indústria da moda.

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